terça-feira, 27 de abril de 2010

Amazonas investiga plantas nativas no tratamento da malária

MANAUS - Pesquisadores da Fundação de Medicina Tropical do Amazonas (FMT-AM) buscam antimaláricos formulados com produtos derivados de plantas amazônicas, destinados ao combate da malária em pessoas já infectadas onde o parasita desenvolveu resistência aos remédios.

O trabalho está sendo desenvolvido sob a coordenação da mestre em Doenças Tropicais e Infecciosas, Mônica Regina Costa, com acompanhamento da graduanda em Farmácia, Tailah Oliveira Azevedo, que é bolsista do Programa de Iniciação Científica (Paic), financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM).Desenvolvido em parceria entre a FAPEAM, FMT-AM, FHEMOAM, Inpa e Universidade Federal do Amazonas (Ufam), o estudo também conta com a co-orientação do mestre em Doenças Tropicais e Infecciosas, atual coordenador e professor do curso de Farmácia do Centro Universitário do Norte (UniNorte), Luiz Francisco Rocha e Silva.

A pesquisa intitulada “Atividade antimalárica in vitro de derivados semi-sintéticos de produtos naturais amazônicos" tenta reproduzir em frascos de laboratório a corrente sanguínea humana para poder realizar os testes com as novas substâncias encontradas nas plantas.

Segundo a bolsista, são utilizadas amostras de sangue humano saudável, coletadas na Fundação de Hematologia e Hemoterapia do Amazonas (FHemoam). “Os parasitas são depositados nessas amostras e assim, podemos verificar as constantes evoluções e mutações que o Plasmodium sofre, desenvolvendo remédios específicos para determinados casos”, explicou Azevedo.

Na pesquisa são utilizados os produtos Isobruceína-D e Neosergiolida, remédios derivados da espécie Picrolemma sprucei, conhecida popularmente como caferana. Segundo Azevedo, essas substâncias se mostram mais eficazes do que as plantas in natura, ou seja, no seu estado natural. Os derivados possuem um nível de toxicidade menos evasivo ao organismo humano, o que aumenta o potencial de cura e diminui os efeitos colaterais no paciente.

“Não foram realizados testes em humanos, mas ao compararmos microscopicamente as drogas utilizadas atualmente, que servem como parâmetro, com os produtos derivados e semi-sintéticos, percebemos que surtiram um efeito acima do esperado”, contou Azevedo.

Transmissão

A malária é transmitida pela picada das fêmeas de mosquitos do gênero Anopheles. Os mosquitos têm maior atividade durante o período da noite, do crepúsculo ao amanhecer. Contaminam-se ao picar os portadores da doença, tornando-se o principal vetor de transmissão desta para outras pessoas. Só os mosquitos fêmeas picam o homem e alimentam-se de sangue. Os machos vivem de seivas de plantas. As larvas se desenvolvem em águas paradas, e a prevalência máxima ocorre durante as estações com chuva abundante. (LG)

Fonte: Portal Amazônia
Data de publicação: 24 de abril de 2010

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